Você já parou para se perguntar porque algumas pessoas são aprovadas e outras não? Afinal, por que todos os anos algumas pessoas conquistam a vaga de dentista no Exército, Marinha ou Aeronáutica e outros ficam a ver navios?
É preciso haver um motivo. É preciso se questionar isso.
E foi exatamente isso que eu fiz quando estava onde você está hoje: no “posto” de “ainda não aprovado”.
E fiz isso porque, apesar de inexperiente em concursos, tinha vontade. Vontade de conquistar a estabilidade e segurança que a farda me daria.
Então perceba, logo de cara, que experiência não é algo que você precisa ter ao começar, e sim algo a ser construído depois que começar. E o que é necessário mesmo, por outro lado, não só para começar, mas principalmente durante sua jornada, é vontade.
Só que vontade é um atributo que muitos têm após o reveillon (“esse é o meu ano!”, “tudo vai ser diferente!”) e poucos têm nessa época do ano. Especialmente nesse período em que escrevo esse texto (8 de Outubro de 2024), em que nos encontramos na chamada época “pré-edital”.
A maioria das pessoas que se dizem “sonhar com a farda”, curiosa e incoerentemente, nesse período, se dão férias. Se você é uma dessas pessoas, entenda que se você sabe que pode estudar no período pré-edital e opta por não fazer isso, até a pessoa que não sabe que poderia fazer isso e começa no pós-edital vai passar e você não.
E a razão é muito simples: seus princípios são perdedores. Você não vai vingar desse jeito.
Digo isso com convicção porque a principal atitude que me levou a passar em 1º no Exército foi estudar sem parar, inclusive no período pré-edital. Então à frente, quando o edital abriu, já estava muito adiantado na frente dos demais.
Simples assim. Não teve fórmula mágica, nada disso. Foi uma mera questão de vontade de me adiantar ao edital. Algo, inclusive, que somente esses concursos das Forças Armadas permitem, devido à sua recorrência anual e estabilidade de formato, matérias e bibliografia.
É, portanto, uma questão também de ter princípios vencedores. É claro que eu ia passar assim, é claro que eu ia vingar.
Preste atenção no que vou dizer agora: eu entendo o seu desconforto em estudar agora sem a certeza de vaga no ano que vem. Te entendo porque passei por isso também.
Mas foi estudar nessa época que me fez largar na frente da concorrência e passar em primeiro lugar disparado, com uma tranquilidade que jamais achei que fosse possível. Porque cheguei bem adiantado na abertura do edital, enquanto todos estavam começando do zero ou retornando de seus retiros sabáticos.
Era como se eu estivesse caminhando, olhando a paisagem, tomando sorvete, enquanto todos estavam quilômetros atrás de mim, extenuados, mortos, correndo atrás do prejuízo, como se estivessem em uma corrida de triatlo.
Acredite: mais desanimador do que estudar sem a certeza de vaga é chegar na abertura do edital sem ter estudado, e sabendo que há pessoas que estão estudando há meses em sua frente.
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